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‘Não quero mais me matar’: Psicóloga atende de graça em favela do RJ

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Em julho deste ano, ao chegar em casa, depois de acompanhar a filha Elen da Silva, de 4 anos, no hospital e vê-la morrer devido a uma pneumonia, Elielson da Silva, 39, relembrou das danças em família na sala, de dar colo à menina durante a noite, de cada momento especial que viveu com ela. Os dias se passavam, enquanto a saudade só aumentava. Diante do desespero, só uma coisa passava pela cabeça de Elielson: o suicídio.

A psicóloga Luana Aruantes e o paciente Elielson da Silva – Imagem: Fabiana Batista/UOL

No limite, ele, então, tentou se matar três vezes. PUBLICIDADE Relacionadas ‘Gorda, negra e firme’: Ela largou governo para salvar famílias do despejo ‘Fomos chamados de bestas’; algodão orgânico da PB chama atenção da ONU Filho de ex-jogador do Vasco ajuda 20 mil pessoas em situação de rua em PE A esposa, apavorada, pediu para que procurasse ajuda. Era preciso fazer algo logo para evitar o pior. “Fui atrás de psicólogo em hospitais públicos e clínicas da família, mas até hoje não fui chamado”, conta Elielson.

Quase desistindo, o casal foi orientado por um amigo a procurar “a psicóloga da favela”, que atendia de graça os moradores da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Ao encontrá-la, conversaram durante três horas e saiu de lá com uma consulta marcada para a semana seguinte. Em um mês de tratamento, Elielson não faltou a nenhum dia. “Meu corpo ainda dói e estou muito cansado, mas não tenho mais vontade de me matar”, diz.

Da rua para a universidade

Após perder a filha de 4 anos, Elielson da Silva procurou ajuda para tratar depressão no projeto ‘De Pé’ – Imagem: Fabiana Batista/UOL

A “psicóloga da favela”, no caso, é Luana Aruantes, 39. Em 2022 ela criou o projeto social “De Pé”, que disponibiliza atendimento psicológico gratuito para moradores da Cidade de Deus. Atualmente, são 12 pessoas em tratamento, mas cerca de 100 pessoas já passaram por ela.

De uma favela vizinha, a psicóloga não conhecia a comunidade até a sua primeira visita, em abril, quando conheceu o presidente da associação de moradores, e deu o pontapé inicial. “Não foi fácil ocupar o espaço que eu tenho aqui em tão pouco tempo”, relembra. As dificuldades que Luana passou na vida foram o fio condutor para a criação da iniciativa. Aos 8, depois que perdeu a mãe, ficou aos cuidados da irmã, que, para trabalhar, a deixava sozinha.

“O De Pé nasceu de todas as minhas ausências, das minhas faltas”, explica Luana ao se recordar que, na semana em que pensou em desenvolver um projeto assim, em uma madrugada de 2020, estava há dias com fome e sem dormir.

A vida não tinha sido gentil com ela desde cedo, o que resultou no consumo de drogas ainda muito jovem, aos 11 anos. Só parou com 17. Já adulta, passou fome e, sem casa para morar, precisou da ajuda de amigos para ter um teto.

No entanto, sempre se destacou. Tirava boas notas na escola e, em 2015, conseguiu uma bolsa pelo Prouni para cursar psicologia, foi estagiária no Degase, em um Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente e psicóloga em projetos sociais.

Para escrever a ideia do projeto, lembrou-se de pessoas que passam por situações semelhantes e mereciam atendimento psicológico. Queria ajudar mais gente como ela. Atualmente, as consultas são feitas em uma sala cedida no auditório da associação de moradores. Ao contrário do que costuma acontecer em outros consultórios, o atendimento não tem hora para acabar. Vai da necessidade de quem a procura.

Quem chega até ela tem um primeiro atendimento na hora. Uma vez, ela relembra, uma criança de dez anos perguntou, chorando: “Você que é a psicóloga?”. Depois de um longo abraço, o atendimento durou horas.

A música ‘Levanta e Anda’, de Emicida, virou tatuagem na pele da psicóloga.

Hoje, é visível o respeito que Luana conquistou na comunidade graças ao trabalho que vem desenvolvendo. Além do “De Pé”, ela atende no CRJ (Centro de Referência das Juventudes) e em uma casa de recuperação para dependentes químicos. Para o futuro, além do atendimento psicológico, Luana quer incluir outros profissionais no atendimento aos moradores.

“A experiência no Degase me mostrou que também precisamos de assistentes sociais, psiquiatras”, explica. “Quero que as pessoas sejam donas de sua comida, da sua voz e da sua vida”. Ela diz sonhar alto e, para isso, bate de porta em porta clamando por patrocínio para atender as 300 pessoas já cadastradas que esperam atendimento. Há dois anos em busca de patrocínio, Luana conseguiu apenas R$ 5 mil para as despesas da abertura do CNPJ.

Com a agenda fechada às terças e sextas e cada vez mais novos pacientes, a psicóloga diz precisar de ajuda. “Tô há um mês sem almoçar e uso o pouco que tenho para pagar minha passagem. Mas quero fazer a diferença”, diz. Desde 2019 formada, atualmente, a psicóloga atende apenas uma pessoa que paga pelo tratamento.

COMO AJUDAR
Para ajudar Luana e o “De Pé“, envie um e-mail para projetodepe@gmail.com

Fonte: Ecoa

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