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A dor transformada em projeto de amor ao próximo e solidariedade

  • 04/08/2022
Amor ao proximo

K’Anjos do Bem entrega refeições para famílias no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo

Onde antes era a garagem, hoje funciona uma cozinha cheia de amor. Com utensílios emprestados e a ajuda de amigos e familiares, deliciosas refeições vão se formando para ajudar quem mais precisa.

É assim, num imóvel simples da ocupação Redemix, no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo, que um projeto nasceu e vem distribuindo, além de comida, alento e carinho para famílias vulneráveis da comunidade. Mas quem vê a linda iniciativa não imagina que ela se originou da maior dor que uma mãe pode sentir: a perda de um filho.

Sopa
Criado pela moradora da ocupação, Andréa Ramos dos Santos, 40 anos, o projeto K’Anjos do Bem foi idealizado como forma de homenagem à sua filha mais velha, Karina, 24, que faleceu em março de 2020. Na época, internada na UPA Zona Norte, a jovem pediu à mãe que lhe levasse sopa para comer. “Eu não consegui fazer a tempo, porque logo ela foi transferida para o Hospital Centenário”, conta Andréa. Dias depois, Karina acabou falecendo por falência múltipla de órgãos.

O fato de não ter conseguido levar a sopa pedida pela filha marcou Andréa, que entrou em depressão e precisou recorrer a remédios. Foi então que ela refletiu e entendeu que poderia transformar a dor em amor ao próximo. Com recursos próprios e a ajuda do esposo, Clairton da Silva, o Índio, 37, da vizinha da comunidade, Angelita Antunes dos Santos, 41, e dos filhos, Júnior, 15, e Arthur, 9, ela começou a fazer sopas para oferecer às crianças da ocupação. “Nós não tínhamos nem concha, pegávamos (a sopa) com uma leiteira. A gente mesmo comprava as coisas e fazia uma vez por semana. Fazíamos dois panelões, começávamos de manhã, cortávamos verduras e, de noite, entregávamos”, comentou.

Recursos próprios

Aos poucos, a ideia foi crescendo. A garagem do carro da família virou um anexo da cozinha, com fogão a lenha para cozinhar com ainda mais sabor. A renda do marido, que trabalhava em uma oficina, ia para a compra de mantimentos para a ação, mas a quantidade já não era suficiente. Buscando ajuda, um ano depois de iniciar o projeto, é que a Andréa começou a divulgá-lo.

Com o auxílio de uma doação e outra, e o cadastro recente no sistema de cozinhas comunitárias da Prefeitura, eles foram seguindo. “Às vezes, não temos nada. Mas fico com vergonha de pedir. Se tiver alimentos têm, se não, nós corremos e damos um jeito”, destaca, reiterando que tudo é feito com muito carinho. “O K’Anjos não é meu, é nosso. As pessoas que vem, acabam se apegando, porque tu sente o amor. Não é fazer por fazer, é por amor.”

“O K’Anjos é minha vida, é tudo pra mim”, diz criadora da ação
Hoje, o projeto oferece refeições variadas duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, além de aulas de balé para crianças da comunidade, realizadas por uma professora voluntária, nas noites de terça. Em um cômodo da casa de Andréa, ainda há espaço para as crianças brincarem e uma minibiblioteca. Em datas festivas, ações especiais também são feitas. Como no Natal, em que uma ceia foi oferecida para as famílias carentes e no aniversário de dois anos do projeto, comemorado no último sábado (30).

“Não tem recompensa maior do que ver as crianças aqui, agradecidas. Sempre digo que estamos aqui para fazer o bem, pra mostrar outro caminho, dizer que elas vão conseguir, que elas precisam estudar, ir além, fazer faculdade para, lá na frente, quem sabe, elas ajudarem outro projeto, como elas foram ajudadas”, coloca Andréa. Muito emocionada, ela salienta ainda que o logo – um anjo com um prato de sopa na mão –, foi feito para lembrar a filha Karina.

“São dois anos sem ver, sem dar um abraço. Por isso que preciso me envolver, preciso ocupar minha mente. O K’Anjos é minha vida, é tudo pra mim, porque é em homenagem à vida da minha filha.”

“Mãos preciosas” que fazem a diferença para a população
Para quem é beneficiado com a ação, ela é ainda mais importante. Morador do bairro, Paulo Vanderlei da Silva, 58, busca refeições para ele e o irmão e diz que a iniciativa faz diferença para a comunidade. “Muita gente fica só esperando o dia.” Ana Regina Cabral, 52, é outra moradora atendida pelo projeto e, além das refeições, a filha Vitória, 11, participa das aulas de balé.

“O dia que ela não consegue dar comida, porque não tem doação, a gente fica triste. Ficamos sem chão. Se essas mãos preciosas não estão, murcha a vila”, diz Ana. Mãe de um bebê de um mês, Beatriz Marques dos Santos, 28, é mais uma das beneficiadas. Ela conta que além das refeições, as coisas que ganhou para o filho a ajudaram muito. “Ganhei roupa, berço, bebê conforto. O projeto é maravilhoso.”

Ana Regina e a filha Vitória são algumas das beneficiadas. Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Como ajudar a iniciativa
Andréa conta que, por dia, são mais de 100 pratos de comida servidos. “Chegamos a 193 uma vez”, comenta. Para tal, ela usa de 8 a 10 quilos de arroz, até 6 de feijão e cerca de 9 pacotes de massa, por dia. Sem os utensílios ideais, ela precisa cozinhar o alimento, tirar de panela e usá-la para cozinhar novamente e dar conta da demanda. A maior dificuldade, porém, está em conseguir verduras e frutas para servir. Quem quiser ajudar o projeto K’Anjos do Bem, pode entrar em contato pelas redes sociais ou pelo WhatsApp (51) 99544-5920, com Andréa.

Fonte: Jornal VS

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